sábado, 26 de abril de 2008

Visita aos Mosteiros de Moreira da Maia, Rio Mau, S.Simão da Junqueira

O Mosteiro de Salvador de Moreira da Maia, com uma estrutura idêntica ao Mosteiro desta freguesia, não tem no entanto a mesma imponência. Desde logo, falta-lhe um terreiro que lhe dê amplitude ao contrário do que acontece no convento de Grijó. Sem o espaço do antigo claustro, tem se a sensação de falta de espaço para o edifício respirar. Por outro lado, encontra-se bastante degradado com alguns espaços visivelmente maltratados ou a servir de arrumos.
Nos primeiros tempos foi um mosteiro «misto», ou seja de frades e freiras, mas isso terminou em 1162, quando as freiras foram transferidas para São Cristovão de Rio Tinto. Encontrando-se muito degradado, a construção da actual Igreja e da Casa da Quinta iniciou-se no séc. XVI. Já no séc. XIX, a parte referente à casa e quinta é vendida a particulares e assim permaneceu até aos dias de hoje.
No interior da Igreja Paroquial é de realçar o revestimento de azulejos, a talha dourada, bem como um imponente órgão setecentista (único em Portugal) que foi da autoria do organeiro alemão Arp Schnitger, restaurado por Georg Jann e inaugurado em 2000.
Um belo sábado soalheiro de tarde. Os dias são mais longos e há tempo para mais umas visitas. Então rumo à Igreja de São Simão da Junqueira, no concelho de Vila do Conde. Assim, com a ajuda do GPS e com o tempo de feição, facilmente localizamos esta Igreja e os espaços do antigo Mosteiro. Este Mosteiro aparece, na 2ª metade do séc. XII, sob a Regra de Santo Agostinho. Os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho tiveram aqui uma casa larga e próspera. À custa da venda dos bens do Mosteiro foi construída a actual Igreja e a Cerca, isto nos finais do séc. XVII. No interior da igreja, ladeando o altar-mor, as imagens de São Judas Tadeu e de São Simão, vestido com os trajes de peregrino de Santiago marcando o caminho de Santiago e justificando uma paragem. Além do mais, a paisagem circundante é de beleza indiscutível!
De seguida, Mosteiro de São Cristovão de Rio Mau. Esta pequena igreja românica, abrigou, em tempos, um mosteiro pertencente aos cónegos regrantes de Santo Agostinho.
Na sua fachada um pórtico de 3 voltas ladeado por 3 colunas e ornamentado com motivos animais e vegetais. Uma figura com uma mitra sugere a figura de um bispo. Pensa-se que será Santo Agostinho. Encimando a igreja, pode-se ver uma belíssima Cruz de Cristo.
Já no seu interior de início temos alguma dificuldade em adaptarmo-nos à penumbra para, por fim, descobrirmos uma igreja de nave única rectangular. Este é um espaço simples como todos os monumentos românicos.
Para terminar o dia: Mosteiro de São Miguel de Vilarinho em Santo Tirso. Pertenceu também aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. A construção do mosteiro foi iniciada em 1070, em 1074 já estava concluído e era habitado por 10 cónegos. No início do século XVIII, em 1706, apenas dois frades habitavam o mosteiro e, em 1834, com a extinção das ordens religiosas, a igreja paroquial, os restantes edifícios e propriedades, foram vendidos a particulares.